quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ninguém merece! Que amor de pai e mãe não se explica todo mundo sabe. Mas, às vezes, eles exageram e nos fazem pagar micos terríveis.



"Meus pais batem o recorde em me fazer pagar ‘king kongs’!”. O desabafo de Raquel Silvério, 14 anos, é idêntico ao de milhões de girls no mundo todo, e, com certeza, você, ou uma amiga sua, já reclamou disso alguma vez, não? Afinal, quem nunca ficou sem graça quando foi chamada por AQUELE apelidinho na frente de todos os amigos? Ou levou os colegas para casa e teve que ouvir o pai ou a mãe falando como você é o bebezinho deles? Ou viu o pai aparecer de pijama pra buscar na balada? É cada uma... 

No caso da Raquel, o pior mico foi em uma festa badaladíssima da escola. Ela havia combinado que o pai a pegaria às 22h30, mas, às 20h15, ele apareceu. “Eu estava fora do salão da festa, conversando com um menino lindo, quando vi meu pai andando em minha direção. Ele já chegou perguntando quem era o garoto, falando que tinha achado melhor me buscar mais cedo... fiquei louca! O menino voltou rapidinho pro salão e deu umas risadinhas. No dia seguinte, fui a menina mais zoada da sala”, reclama. Pagar mico em festa, aliás, parece ser a especialidade dos pais. Giovana Barros, 13 anos, passou por uma situação parecida com a de Raquel, com a diferença de que ela tinha acabado de beijar o menino quando percebeu que seu pai a procurava no meio de todo mundo. “Quase morri de vergonha! A sorte foi que ele não me viu com o garoto, porque se tivesse chegado um minutinho antes... nossa!”, conta. 

Por que os pais fazem essas coisas?
Muitas vezes, é na maior boa vontade. Eles não percebem que o que dizem ou fazem pode ser vergonhoso porque, para eles, a situação é completamente natural. Olha o que aconteceu com Solange Fagundes, de 13 anos. Ela levou o namorado para conhecer seus pais, e eles, querendo ser gentis e deixar o menino à vontade, começaram a bater o maior papo e a falar sobre a infância da Sol. “Ficaram ‘íntimos’ e começaram a mostrar minhas fotos de criança, contar histórias... No dia seguinte, todo mundo estava sabendo porque o cara contou para um amigo, que contou pra outro, que espalhou pra escola toda. Foi o maior mico da minha vida”, exagera a girl. Solange acredita que o namoro não deu certo porque os amigos do menino começaram a tirar sarro da cara dele, que achou melhor terminar (o que, convenhamos, não foi uma atitude nada legal. Mas isso é assunto para uma outra matéria). “Depois dessa, acho que nunca mais vou ter coragem de levar outro namorado em casa”, diz Sol. Em vez de ser tão radical, a garota poderia explicar para os pais como a situação a envergonhou. Foi isso que o dr. Luiz Gonzaga Leite, coordenador do Departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula, recomendou. “Os pais podem ser invasivos, então é importante conversar com eles sobre como determinada situação é incômoda”, diz. 

O que faço, pelo amor de Deus? Quando a mãe de Yasmin de Oliveira, 14 anos, apareceu na escola onde ela estuda com uma câmera para tirar fotos da garota fazendo prova, Yasmin quis sumir! “A sala estava lotada. Me encolhi na cadeira e coloquei a prova na frente do rosto. As pessoas da classe não riram, elas gargalharam da minha cara e ficaram me chamando de bebezão”, conta a garota. Para o dr. Luiz Gonzaga, o melhor a fazer nessa hora é entrar na brincadeira dos colegas. “Seja irônica e transforme o ‘mico’ em uma situação engraçada”, ele sugere. Quando chegou em casa, em vez de conversar com a mãe, Yasmin ficou mais brava e ainda descontou no quarto. “Quebrei um monte de coisa de tanta raiva”, revela. (Oooops...Yasmin, esse deslize foi meio radical, né? E só piorou a situação!) A raiva e a vergonha costumam surgir pelo medo de ser comparada aos pais. Mas não é porque eles agem de determinada maneira que você será julgada pela atitude deles. Afinal, vocês são pessoas diferentes, né? Tente encarar a situação desta maneira.

Será que estou exagerando? Em determinados momentos, o segredo é ter senso de humor. Muitas vezes, temos uma reação exagerada e nem percebemos que poderíamos simplesmente rir. Rayanne Evangelista, 18 anos, estava sentada na calçada de casa com o pretê quando a mãe apareceu. “Ela me chamou pelo apelido que me chama em casa, sentou do nosso lado e começou a puxar papo, dizendo que o conhecia, pois tinham viajado de ônibus juntos e ele tinha ficado o caminho todo com um desodorante na mão. Fiquei sem reação e furiosa”, conta Ray. No dia seguinte, Rayanne falou com o cara e ele comentou que tinha achado a mãe dela uma figura. “Legal: eu fiquei desesperada e ele achou a ‘louca’ legal... rs”, brinca a garota que, hoje, consegue rir da história.

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